Buenos Aires, pt. 1

Todo planejamento será bagunçado. Esta máxima está sempre à espreita. Aeroporto JK, cinco da tarde de sexta, véspera de feriado prolongado. Surpreendentemente calmo. Pelos corredores e saguões ainda se ouve muitas piadas sobre o fim do mundo. Guarulhos é a confusão de sempre. Perdemos tempo precioso tentando comprar pesos argentinos e encaramos duas gigantescas filas, uma para acessar a área de embarque e outra para imigração. A inadequação do espaço disponível para a quantidade de tráfego é patente. Na imigração, outro absurdo ainda persiste: funcionários terceirizados em atividade fim e de segurança nacional. Não há um só agente da polícia federal à vista. Quem conseguiu essa boquinha foi a gigante internacional dos recursos humanos Randstad. Sobrou pouco tempo para fazermos um lanche e até mesmo umas compras no duty free. Mas não haviam acabado as confusões ainda. Com algum atraso - sem maiores explicações - inicou-se o embarque. Aparentemente devido à retenção de nove passageiros na fila da imigração, o voo, marcado originalmente para as 22H35, antecipado sabe lá Deus por quê, para as 22H25. finalmente parte. Era quase meia noite. Nós, passageiros, ali. O avião, na pista. E nem água. O voo, programado para cerca de duas horas e meia, não dispunha de cobertores e travesseiros em número suficiente para os passageiros a bordo. E foi oferecida a suntuosa refeição composta de um sanduíche de presunto de peru e queijo - gelado, pois esquentar deve consumir muito combustível do avião - e um pedaço de bolo de banana.
Havíamos arranjado um traslado do aeroporto para o hotel, distante cerca de 35 quilômetros. Nosso contato disse para não nos preocuparmos pois eles monitoram os voos pela internet. Ao chegar ao saguão vimos uma placa com o nome da Beatriz, mas nosso transporte demorou ainda uns bons 30 ou 40 minutos. Esse atraso foi parcialmente suavizado pela simpatia da nossa motorista, uma brasileira residente na Argentina há 19 anos e que nos deu algumas boas dicas.
Cama, deveríamos estar nela desde as duas da manhã. Isso só foi acontecer às quatro.

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