São Francisco e a Pacific Coast Highway


A viagem que planejávamos há algum tempo, para São Francisco, Califórnia, finalmente aconteceu. Resolvemos não esperar que o dólar baixasse porque dada a situação no Brasil, isso parecia muito improvável. Viajamos com a COPA, via Panamá.
No aeroporto ainda, seguimos a dica de uma amiga e usamos um serviço de van que reúne passageiros por região de destino e sai bem conta. De lá até a área central gastamos US$ 15,00.
No hotel, depois de um entrevero com nosso cartão de crédito, que só se resolveria dias depois, conseguimos descansar um pouco.
Ficamos no Club Donatello, divisão do Donatello Hotel, que apesar de bom e bem localizado, não oferece café da manhã. Isso não chega a ser traumático, pois há muitas (e boas) opções na região, próximo à Union Square, mas falarei sobre isso mais adiante.
Um bom lugar para começar a conhecer a cidade é Chinatown, com suas lojinhas, restaurantes e lanternas vermelhas.


O portal de entrada foi doado há alguns anos por Taiwan. Acaba por ser meio decepcionante, mas é passagem obrigatória. Não deixe de entrar nas lojinhas e "assuntar" a quantidade de besteiras que se vende ali.

Nossa primeira refeição foi num restaurante chinês aqui, chamado Cathay. Por fora bela viola, por dentro...de cara, o cheiro ruim na recepção - uma mistura de velharias, umidade e outros odores que prefiro não tentar identificar - quase nos fez dar meia-volta. Mas havia várias mesas ocupadas então pensamos que não poderia ser tão ruim. Nosso garçom aparentemente não falava inglês. Ou simplesmente não falava. A sopa de milho e frango não tinha gosto, mas a carne com gengibre estava ótima. Desanimados com a primeira experiência e vencidos pelo cansaço, we called it a night.

O café da manhã do dia seguinte foi no ótimo Honey Honey, a 100 metros do hotel. Cardápio (variadíssimo) na parede, fila longa para o caixa. O proprietário, ou algum funcionário, vai indicando as mesas para aqueles que não vão pedir para viagem. Chegou e sentou? Logo vai ser convidado a "dessentar". Os pratos, mesmo um simples omelete, são bem servidos e sempre com opção de batatas sautée ou salada. Serve bons cafés e abre de manhã até dez da noite. Aliás, um parêntese aqui para dizer que não posso mais falar que americanos não sabem beber café. Ao que parece, estão aprendendo, pois tomamos cafés com bastante sabor, ainda que em quantidades faraônicas.


Da Union Square, uma praça que tem ao seu redor hotéis e lojas de luxo, pode-se tomar os ônibus turísticos hop-on/hop-off e também os famosos bondinhos, cuja parada final é próximo dali.



Dois quarteirões para baixo chega-se à Market Street, uma das principais artérias da cidade, esticando-se desde o Embarcadero até o bairro de Castro.
Compre um passe para transporte público logo de cara. Vale para ônibus, "street cars" (uma espécie de trolleybus), "cable cars" (os bondinhos) e metrô. Os bondinhos aceitam dinheiro, mas nunca dão troco. A passagem custa US$ 7,00. Apesar das ladeiras, muita gente utiliza bicicletas. Se estiver em boa forma, não tenha dúvidas e ande muito, aprecie a arquitetura e as muitas (lindas) vistas que se vê do topo das ladeiras.

Acima, a baía vista da famosa Lombard Street.
 Começamos como quase sempre fazemos, tomando um hop-on/hop-off para ter uma noção da cidade e começarmos a nos localizar. Há duas linhas principais e pode-se ainda cruzar a ponte Golden Gate e chegar a Sausalito, do outro lado da baía.
Depois de uma boa volta pela cidade, descemos no Embarcadero, próximo ao muito falado Pier 39. Se você não gosta de muvuca e armadilhas turísticas, fuja. Há bons restaurantes aqui, principalmente para quem gosta de frutos do mar. Mas...escolhemos mal ao optar por um mexicano e foi a pior refeição da viagem.
Daqui partem ferrys que fazem passeios pela baía, incluindo o passeio a Alcatraz.
Mas acho que a vista que as pessoas mais esperam ver nesta cidade, sem dúvida, é esta:


Esta é uma foto tirada no primeiro dia, ainda de cima do ônibus.
O trajeto cortou a cidade, passando pelo parque Golden Gate (que era um amontoado de dunas de areia), Haight-Ashbury, que já foi o centro da contra-cultura, mas que hoje abriga velhos hippies bem menos engajados e uma classe média-alta que nada tem a ver com a história do lugar. O bairro é hip e custa muito viver por ali. O Tenderloin, outrora de má fama, também vai mudando de cara com várias iniciativas para revivê-lo e, quiçá, mudar sua fama. Passamos esbarrando no Castro - mas voltamos lá para passar uma longa tarde - e no centro cívico, que acabamos por não explorar.

Primeiro dia e vamos encarar a principal armadilha turística da cidade: o Pier 39.


O lugar é meio Disneylândia. Mas tem bons restaurantes - apesar de termos escolhido o pior - onde se pode comer bons frutos do mar. Não há como negar o aspecto de "tourist trap" com muitas lojinhas vendendo bugigangas para turistas, diversões eletrônicas e outras atrações. A mais interessante delas são os leões marinhos que adotaram o Pier 39 e acabaram ganhando um lugar só deles.



A área conhecida como Embarcadero começa um pouco longe daqui, no fim (ou começo?) da Market Street. Por aqui circulam os street cars e ônibus. Aqui estão as docas comerciais, onde atracam transatlânticos, de onde saem ferrys para as travesssias do dia-a-dia e ainda os passeios turísticos.
Restaurantes abundam, lojas de gastronomia e tudo o mais que se imaginar. Na outra ponta fica Fisherman´s Wharf, com seus museus, restaurantes, e comércio intenso. Por aqui ficam também alguns navios antigos da marinha americana, como o SS Pampanito e o SS Jeremiah O´Brien. Um pouco à frente fica o Cannery, uma antiga fábrica de enlatados transformada em centro de compras.
Acabamos lamentavelmente por não visitar o Parque Estadual Fort Mason e o Museu Marítimo, próximos dali. Até mesmo o Palace of Fine Arts acabou ficando de fora. Ótimas desculpas para voltar.



Nesse primeiro dia rodamos bastante a cidade com o ônibus e tiramos as primeiras fotos de todos os lugares de destaque, sobre os quais tentarei falar um pouco mais adiante. Vamos lá:

Golden Gate Park

Haight-Ashbury

Exemplos do casario vitoriano

Prefeitura

Edifícios restaurados no Tenderloin

Chinatown
O restaurante no piso superior da Boudin Bakery & Café

Músico de rua. Sempre dê a gorjeta antes de apontar a câmera



Lombard Street

Kombosa de turismo descendo a Lombard Street

Vista do meio da Lombard Street
Camelamos muito nesse dia. O que se pode fazer? Isso é turismo. Mais pro fim do dia, resolvemos subir em direção à Union Square, partindo da Lombard Street. Fizemos uma parada estratégica na Praça Washington para um merecido descanso antes de encarar o resto do caminho para o hotel:


Na noite desse dia fomos a um local próximo ao portão de Chinatown, chamado E&O Kitchen & Bar. O restaurante é modernoso e com tendência oriental. Sentamos no balcão - a casa estava lotada àquela hora - pois por aqui come-se no balcão como nas mesas. Pedi de cara uma cerveja local - nem me pergunte a marca - e dividimos alguns pratos, todos muito bons.
E aí, cama que amanhã tem mais.

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